Educação: Prevenção Contra Desaparecimento de jovens
- REDAÇÃO SITE
- 9 de jun. de 2024
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O desaparecimento de pessoas é uma realidade preocupante no Brasil, com mais de 60 mil casos registrados em 2022, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Estimativas indicam que milhares de pessoas desaparecem a cada ano, especialmente adolescentes e jovens adultos, compondo um problema de grande escala. A falta de dados precisos dificulta a compreensão da dimensão do problema, mas não diminui a gravidade da situação e a necessidade urgente de ações para prevenir essa tragédia.

Dados importantes:
Número de desaparecimentos em 2022: 74.061 (média de 203 por dia) [1]
Taxa de desaparecimentos por 100 mil habitantes: 32 (média nacional) [1]
Taxa de adolescentes desaparecidos: 84,4 por 100 mil habitantes (quase três vezes superior à média nacional) [2]
Faixa etária mais comum: Adolescentes (12-17 anos) e adultos jovens (18-30 anos) [2]
Motivos mais comuns: Fuga de casa (40%), problemas familiares, violência doméstica (15%), tráfico de pessoas, problemas de saúde mental, abuso de drogas e situações de vulnerabilidade social. [2]
As causas dos desaparecimentos são complexas e multifacetadas, mas a falta de informações sobre o paradeiro da pessoa desaparecida causa sofrimento para as famílias, que vivem com a angústia da incerteza e a dificuldade de lidar com a perda.
A prevenção de desaparecimentos exige um esforço conjunto de diversos setores da sociedade, incluindo governo, organizações sociais, escolas, famílias e comunidades. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 destaca a necessidade de ações coordenadas para enfrentar a questão, com foco na implementação da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PNBPD), criada em 2019, mas ainda com implementação deficitária.
A PNBPD prevê a criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, que deve integrar dados de diferentes órgãos para facilitar as buscas e investigações. No entanto, a falta de um sistema nacional unificado de dados e a dificuldade na comunicação entre as diferentes polícias em todo o país são obstáculos a serem superados.
É crucial que os boletins de ocorrência sejam preenchidos com o máximo de detalhes sobre a pessoa desaparecida, incluindo informações sobre sua vida, rotina e possíveis vulnerabilidades. A capacitação dos policiais para realizar a investigação de forma completa e humanizada, com foco no acolhimento da família, é fundamental.
A sociedade civil também desempenha um papel crucial na prevenção de desaparecimentos. ONGs como as Mães da Sé e Mães em Luta, lideradas por mães de pessoas desaparecidas, atuam na busca por respostas, no apoio a famílias e na luta por políticas públicas eficazes.
A prevenção de desaparecimentos exige um esforço coletivo, com ações coordenadas e investimento em políticas públicas eficazes. É preciso agir com urgência e empenho para proteger as pessoas mais vulneráveis e garantir que ninguém mais seja vítima dessa tragédia.
A invisibilidade social e a falta de políticas públicas eficazes tornam a luta das famílias de desaparecidos ainda mais árdua. O descaso do Estado com a questão se manifesta na falta de investimento em recursos humanos e tecnológicos para as investigações, na ausência de um sistema nacional de dados unificado e na falta de padronização de procedimentos para lidar com os casos.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 revela que, apesar da criação da PNBPD, a maioria das polícias ainda não tem um procedimento padrão para lidar com casos de desaparecimento. Além disso, a priorização dos casos de crianças e pessoas com problemas de saúde mental em detrimento de adolescentes e adultos, reforça a ideia de que o desaparecimento de alguns grupos é menos importante ou justificável.
A falta de investimento em tecnologia também é um problema. A utilização de bancos de dados de DNA, por exemplo, ainda é restrita e os sistemas de informações existentes são fragmentados e desatualizados, impedindo a comunicação eficiente entre as diferentes polícias.
Mas a luta por justiça e respostas não se limita ao âmbito estatal. Familiares de desaparecidos, como as mães da Sé e do movimento Mães em Luta, se organizam para exigir ações do governo e da sociedade. A criação de ONGs e a mobilização em atos públicos buscam dar voz às famílias e chamar a atenção para a falta de políticas públicas eficazes e o descaso do Estado.
O descaso do Estado com a questão dos desaparecidos é um reflexo da invisibilidade social que permeia a vida de muitos brasileiros. A busca por respostas e justiça é uma batalha árdua, mas a persistência das famílias e a mobilização da sociedade são essenciais para garantir que esse problema não seja mais ignorado. A criação de mecanismos eficientes de prevenção e a implementação de políticas públicas eficazes são urgentes para combater o desaparecimento e garantir a segurança e a dignidade de todos os cidadãos.
Referências:
[1] FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ano 17, 2023. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/07/anuario-2023.pdf. Acesso em: 20 de outubro de 2023.[2] FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Mapa dos Desaparecidos no Brasil. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2023. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/publicacoes_posts/mapa-dos-desaparecidos-no-brasil/. Acesso em: 20 de outubro de 2023.
Nota Redação : A produção desta matéria contou com a colaboração de ferramentas de inteligência artificial para a organização de dados e informações
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